Uso problemático da internet e telefone é normativo entre jovens, apesar de preferirem o termo uso problemático, em vez de dependência, de acordo com relatório recente de instituto nacional.
No Brasil, a influência da tecnologia na rotina das pessoas é cada vez mais notável, sobretudo entre os jovens. De acordo com uma pesquisa recente, a grande maioria dos adolescentes brasileiros utiliza a internet diariamente para fins variados, desde entretenimento até educação.
Estudos mostram que, assim como os jovens espanhóis, os brasileiros também estão cada vez mais conectados. A facilidade de acesso a dispositivos móveis e a internet tem permitido que os menores de idade explorem um mundo de informações e oportunidades. A tecnologia está revolucionando a forma como os jovens aprendem e se relacionam. Além disso, a internet oferece uma plataforma para que os jovens expressem suas opiniões e se conectem com outros de todo o mundo, promovendo a diversidade cultural e a troca de ideias. No entanto, é fundamental que os jovens usem a tecnologia de forma responsável e segura.
Jovens e Redes Sociais: Entendendo o Uso Problemático
De acordo com um relatório recente da UNICEF (2021), 98,5% dos adolescentes espanhóis estão registrados em uma rede social e 83,5% estão em mais de três. As atividades mais realizadas pelos jovens, mesmo antes da idade legalmente permitida, são a utilização das redes sociais. Esses dados corroboram o que vemos todos os dias: o uso da internet e do telefone é massivo e normativo entre os jovens.
Uso problemático e dependência são a mesma coisa? A abordagem mais utilizada para tratar de comportamentos relacionados ao uso ou abuso de redes sociais (e outras tecnologias) por adolescentes tem sido a do vício. No entanto, esta abordagem tem limitações conceituais e, muitas vezes, envolve uma patologização desnecessária da vida cotidiana. Em contraste com o uso do termo dependência, preferimos falar sobre uso problemático. A dependência se baseia em critérios relacionados a substâncias, como tolerância ou abstinência. Já o modelo de uso problemático concebe que um conjunto de comportamentos e processos cognitivos pode tornar-se disfuncional e levar a consequências negativas.
Consequências Negativas do Uso Problemático
As consequências negativas para o usuário são: problemas interpessoais (perda de relacionamento com outras pessoas significativas ou afastamento de outras atividades prazerosas ou da escola) e problemas intrapessoais (por exemplo, a sensação de ter perdido o comando sobre a própria vida). Essas consequências negativas são a chave para falar sobre o uso problemático.
É a norma ou a exceção? O relatório da UNICEF estimou em 33% a percentagem de adolescentes que usam a Internet de forma problemática. Outro estudo recente esclarece esse percentual e apresenta dados mais animadores, estimando em 13,2% o número de adolescentes que correm risco de apresentar uso problemático e, em 2,9% os que fazem uso claramente problemático de redes sociais. Estamos, portanto, falando de uma faixa entre 2,9% e 33% e, possivelmente, a realidade esteja, como quase sempre, em algum lugar no meio.
Ajudando os Jovens
Embora o número de pessoas afetadas seja discutível, o que sabemos é que há muitos meninos e meninas potencialmente incluídos. Isso deve levar-nos a educá-los e treiná-los para o uso correto das redes sociais. Para tal, gostaríamos de oferecer algumas sugestões às famílias e aos adolescentes. Para as famílias, a mensagem é que se deve monitorar o uso das redes sociais dos jovens, estabelecer limites e incentivar atividades offline. Para os jovens, é importante lembrar que as redes sociais são apenas uma ferramenta e que a vida real é muito mais importante.
Fonte: © G1 – Tecnologia
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