Polícia investiga intoxicação de cães por herbicida em local público; sete cachorros morreram, moradores apontam crime de maus-tratos.
BRUNA FANTTIRIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A DPMA (Delegacia de Polícia do Meio Ambiente) descobriu um zelador que possivelmente tenha contaminado, sem intenção, um espaço público com o herbicida glifosato ao utilizar o produto no pátio de um condomínio no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada hoje pela Folha com o delegado Wellington Vieira, encarregado da apuração.
O uso indiscriminado de herbicidas pode representar um sério risco para o meio ambiente, sendo importante conscientizar sobre os perigos associados a esses venenos agrícolas. É fundamental adotar práticas sustentáveis e responsáveis na aplicação de defensivos para preservar a biodiversidade e a saúde pública.
Herbicida em Foco: Investigação e Consequências da Intoxicação de Cães
A polícia está investigando se o herbicida é o veneno responsável pela intoxicação de 40 cães nos bairros Barra da Tijuca e Jardim Oceânico. Segundo relatos dos moradores locais, sete cachorros já perderam suas vidas devido a essa tragédia.
O laudo que irá apontar a causa exata da intoxicação está em andamento e deverá ser concluído em 30 dias. Caso se confirme que o zelador tem alguma responsabilidade no envenenamento dos cães, ele poderá enfrentar acusações por maus-tratos a animais, conforme informou a polícia.
Quando se trata de cães ou gatos, o crime de maus-tratos pode acarretar em penas que variam de dois a cinco anos de prisão, além de multa e proibição de guarda. Se a situação resultar na morte do animal, a pena pode ser aumentada em até um terço.
É importante ressaltar que esse crime não contempla a modalidade culposa, ou seja, quando é causado por negligência, imprudência ou imperícia. O delegado responsável pela investigação mencionou que o dolo eventual pode ser um fator a ser considerado.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente está aberta para receber denúncias e fornecer orientações sobre esse triste episódio. O uso do herbicida foi mencionado por tutores que registraram a morte de seus animais de estimação na DPMA. Um quarto registro foi feito de forma online.
O herbicida em questão foi desenvolvido em 1970 e é comumente utilizado para eliminar ervas daninhas. A Anvisa autoriza a dosagem de 1% na diluição para atividades de jardinagem amadora. Contudo, em concentrações inadequadas, o herbicida pode representar um risco à saúde.
Além de sua aplicação na agricultura, o produto é permitido em diversas áreas, como margens de rodovias, ferrovias, pátios industriais e outros locais específicos, de acordo com as regulamentações da agência responsável.
O valor de um litro desse herbicida gira em torno de R$ 40 e é facilmente encontrado em lojas físicas e online. O rótulo do produto contém um alerta destacando o perigo em caso de ingestão, inalação ou absorção pela pele.
A veterinária Jéssica Monteiro, que tratou dois cachorros com sinais de intoxicação, alerta para a agressividade do herbicida em relação aos animais. Ela descreve os possíveis sintomas, que incluem desde úlceras no sistema digestivo até problemas neurológicos e convulsões.
Um dos cães falecidos, Romeu, pertencia ao ator Cauã Reymond, que compartilhou a triste situação nas redes sociais. A suspeita de que carne contaminada com chumbinho possa ter sido oferecida ao cachorro ainda não foi descartada, acrescentando mais complexidade a essa investigação em andamento.
Fonte: © Notícias ao Minuto
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